Hoje me peguei preenchendo um cheque:
"Cento e cinqüenta reais"...
Acho que sou o único cidadão a lembrar de botar o trema até em cheque. Agora que o trema nem existe mais, isso deixou de ser uma obsessão para se tornar uma obsessão gramaticalmente incorreta. Ou seja, uma dupla obsessão para mim, editor por sina e danação.
Hei de me acostumar ao sumiço das bolinhas, como foi com o fax, o videocassete, o micro-ondas (viram?!) e o celular. E o que mais houver de vir. Trema, tremei: sua derradeira hora chegou! Aquela em que um último brasileiro se lembrará de escrever-te ou imprimir-te, em tela ou papel. Terá sido meu cheque teu epitáfio? Cento e cinquenta reais (viram?!) não pagam os relevantes serviços prestados à nação. Mas sabes que a memória dedicada aos que saem de cena é assim mesmo, demeritória...
Tremamos todos: um dia, tremas seremos nós.
Até que enfim é sexta-feira
Há 12 anos
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