Halal é uma palavra árabe que significa legal, permitido. Todos os alimentos são considerados halal, exceto:
- carne de porco e seus derivados;
- animais abatidos de forma imprópria ou mortos antes do abate;
- animais abatidos em nome de outros que não sejam Alá;
- sangue e produtos feitos com sangue;
- álcool e produtos que causem embriaguez ou intoxicação; e
- produtos contaminados com algum dos produtos acima.
Animais como os bovinos, caprinos, ovinos, frangos podem ser considerados Halal, desde que sejam abatidos segundo os Rituais Islâmicos (Zabihah).
A técnica de abate Halal deve seguir os seguintes passos:
1- O animal deve ser abatido por um muçulmano que tenha atingido a puberdade. Ele deve pronunciar o nome de Alá ou recitar uma oração que contenha o nome de Alá durante o abate, com a face do animal voltada para Meca.
2- O animal não deve estar com sede no momento do abate.
3- A faca deve estar bem afiada e ela não deve ser afiada na frente do animal. O corte deve ser no pescoço em um movimento de meia-lua.
4- Deve-se cortar os três principais vasos (jugular, traquéia e esôfago) do pescoço.
5- A morte deve ser rápida para evitar sofrimentos para o animal.
6- O sangue deve ser totalmente retirado da carcaça.
Fonte: The Islamic Food and Nutririon Council of América e The Muslim Food Board (em www.abef.com.br)
Até que enfim é sexta-feira
Há 12 anos
5 comentários:
E a sua comida, é halal?
Minha comida certamente não é Halal (nem mesmo para o MEU conceito do que é halal). Mas é a possível para a minha civilização. Hoje em dia o jeito de comer sem culpa é não pensar como foi feito. Ou deixar de comer algumas coisas. Fois gras, por exemplo, ando dispensando...
Mesmo deixando de lado o grau de fantasia a que o homem é capaz de chegar (e nela acreditar piamente), me impressiona a má-fama do porco para alguns povos (judeus também).
Que mal fizeram os bichinhos, afinal? Típico caso de julgamento pela aparência.
Adoro Foie Gras. Desde que deixei de ser vegetariana, meu raciocínio é: se como bicho, então tanto faz que parte eu como.
Quando na Alemanha, fiz amizade com uns muçulmanos. Fui, inclusive, num churrasco muçulmano. Antes, fomos a uma loja especializada para comprar a carne. Uma loja que garante que todos os abates seguem estas regras. Duas coisas me chamaram a atenção:
1) Mais do que o problema com a carne do porco, foi a questão de que um cachorro molhado é considerado um anima sujo. Se ele estiver seco, ok. Mas se ele estiver molhado, o muçulmano não pode encostar o cachorro. Nem o cachorro no muçulmano. :)
2) A delicadeza de todos eles comigo. Neste churrasco eu era a única mulher não-muçulmana. Ou seja, a única com o cabelo à mostra e, ainda por cima, estava de minissaia. E os malaios (todos eram da Malásia) comem com as mãos. Quando cheguei na casa onde seria o churrasco, um deles (que nunca tinha visto na vida) veio correndo sorrindo, com as mãos pra trás e disse: "comprei uma coisa pra você!" Fiquei meio surpresa e perguntei: "o quê?". Ele tinha nas mãos um garfo e uma faca, de metal (não era descartável) que ele tinha comprado pra que eu me sentisse à vontade para comer. Além desta, recebi várias outras demonstrações de delicadeza e respeito.
Me senti muito bem com todos eles. Ao final, percebi que eu tinha ido pra essa relação com muito mais preconceitos do que eles comigo.
Bila,
O problema do foi gras não é ser o fígado, mas a tortura a que o ganso é submetido pra ficar com o fígado gordo (forçam comida goela abaixo com um funil).
Existe o conceito de pelo "bem-estar" animal, defendido por muitos europeus. A idéia é boa, mas, na prática, eles usam isso como uma forma de protecionismo econômico ao tentar impedir a importação de derivados de animais que não tiveram "bem-estar" garantido.
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