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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Para responder ou para refletir

Você acaba de ser demitido. Com o dinheiro do acerto, pode comprar uma franquia de alto luxo, que será seu único sustento daqui para frente. Então, digamos que sua loja seja Louis Vuitton ou Prada, que será aberta no shopping mais chique da cidade e que terá como clientes celebridades e as madames mais ricas da região. Você terá que contratar seis funcionários, homens ou mulheres.

Pergunta: Há doze candidatos, seis brancos e seis negros, sendo que os negros têm currículo melhor. Você contrataria os seis funcionários negros? Qual você acha que seria o comportamento do "brasileiro médio" nessa situação? Justifique.

3 comentários:

Péricles Peri disse...

comportamento do brasileiro médio? essa é fácil.

Meu comportamento? Difícil. Talvez (de forma pusilânime e com grande sentimento de culpa) eu mesclasse. Em nome do abominável pragmatismo de atender à expectativa da clientela elitista e assim garantir o sucesso da loja.

E elite, no Brasil, é sinônimo de violento racismo.

Fazemos questão de esquecer ou achar que o passado foi enterrado, mas a verdade é uma só: as nossas mazelas sociais e culturais são fruto de mais de 300 anos de escravidão.

E não há nada mais abjeto do que isto. As marcas são profundas. Nossa insensibilidade social vem daí. Nossa acomodação diante da desigualdade também. Difícil superar.

Cláudio disse...

O complicado é que esse comportamento não fica na superfície. Mas existe e - pior - não é percebido.

É difícil superar. Apesar disso, na maior parte das vezes sou otimista.

Bila Amorim disse...

A última edição da revista Piauí traz o seguinte: "Se você quer promover um funcionário, e tem que optar entre um branco heterossexual e uma negra lésbica, e esta última for uma funcionária melhor, o racismo, o machismo e a homofobia recomendam a escolha do branco heterossexual. Mas o capitalismo prefere a negra lésbica".
Uma conclusão da matéria é: ainda que alguns capitalistas possam ser racistas, machistas e homofóbicos, o capitalismo não é.
E mais: informa também que é a exploração, e não a discriminação, o principal produtor de desigualdade. ( Com números: "em 1947, 1/5 da força de trabalho americana auferia 43% da renda nacional. Atualmente, este mesmo 1/5 fica com 50%. Neste mesmo ano, o 1/5 inferior obtinha 5% da renda contra os 3% de hoje.
É de ler. E de se pensar.